Ainda Elena
16 de maio de 2013
Por Paulinha Moreira – 16 de maio de 2013
Saí do cinema tonta. O corpo, pelo salgadinho que comi antes da sessão. A alma, pela história. A quem Petra procura? Elena? Ela mesma? A quem eu procuro? Eu procuro?
Vi delicadeza, profundidade, intensidade, vida e morte, em meio a um mundo louco – geralmente tão superficial e tão “para inglês ver”. Por que será que as pessoas assim, desse jeito, sofrem tanto? Acho que é porque sentir dói. Ser dói. Encontrar-se e descobrir-se dói. Sentir é padecer. E almas delicadas, porque sensíveis, padecem com o mínimo, com o insuspeito, com o que parece bobagem, com o despercebido. Sim, pela capacidade de sentir aguçada, elas percebem o despercebido; e isso dói.
Querer mais dói. Mais fácil acostumar-se com o habitual, querer menos, sonhar menos, sentir menos, ser menos. A Pequena Seria morreu por querer muito. Será que eu tenho medo de querer?
Cá com meus botões, começo a ficar com medo da minha melancolia intrínseca (oprimida e reprimida) e assumo, com pesar, que sou covarde… acho que dançar com a lua deve ser bom…
Paulinha Moreira é professora universitária
Assistir ELENA é ter um turbilhão de emoções e memórias ativadas e ao final, sentir-se leve. Resenha por Hadassah Sorvillo – blog Senhorita Inconstante