Debate no Itaú Cultural de São Paulo
21 de maio de 2013

Na última terça-feira, 21/5/2013, aconteceu no Itaú Cultural São Paulo um debate com o cineasta João Moreira Salles, a diretora Petra Costa e a consultora Daniela Capelato como mediadora. Após exibição especial do filme para o auditório lotado, os cineastas falaram sobre as tendências do cinema e dos documentários brasileiros, em particular.

Petra trouxe ao debate aspectos do longo processo criativo do filme, suas experiências, as sensações que teve ao voltar pra Nova York e reviver a vida da irmã. Daniela Capelato ressaltou a perspectiva da encenação do real: em ELENA é a encenação a forma encontrada pela autora para falar sobre a crueldade do real. É um filme que traz o afeto para o centro da narrativa.

Entre a encenação e a dureza do real, o filme nos provoca a pensar politicamente enquanto retrata uma experiência individual. Nesse sentido, Salles destacou que no Brasil é comum os filmes seguirem a linha do “cinema da brutalidade”, os documentários tendem à obrigatoriedade de ter um sentido político. O que é mais efetivo? Fazer um documentário obrigado a ser político ou fazer um filme pessoal que traz reflexões sobre experiências concretas? Elena não é assim. João Moreira ressaltou que um documentário não precisa tratar estritamente de política para ser político, e que a beleza do Elena é justamente o fato de ser uma narrativa com a honestidade dos relatos pessoais. Não é uma retórica sobre a dor, é uma forma de reviver e resignificar a experiência com a morte. O filme recupera a dimensão afetiva de estar no mundo.

Salles dirigiu, entre outros, o documentário Santiago, sobre um personagem com o qual tinha forte ligação afetiva, assim como a diretora Petra Costa em Elena.

Em breve disponibilizaremos o vídeo completo.



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