Eduardo Bueno: “Petra inventou um novo tipo de documentário: o documentário da alma”
29 de maio de 2013

O escritor Eduardo Bueno, a diretora Petra Costa e o cineasta Jorge Furtado durante debate em Porto Alegre – Foto: Thiago Dezan

No dia 24 de maio, a diretora Petra Costa, o diretor e roteirista Jorge Furtado (Ilha das flores, O homem que copiava e Meu tio matou um cara) e o jornalista e escritor Eduardo Bueno “Peninha” (A Viagem do Descobrimento  e Náufragos, Traficantes e Degredados ) se encontram em Porto Alegre para um bate-papo sobre o filme ELENA. O debate aconteceu no auditório da Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country.

Jorge Furtado abriu a conversa afirmando que ELENA é um filme “inesquecível. “A arte requer comunhão. E você divide a sua dor de maneira muito generosa”, disse Furtado a Petra. O diretor destacou a referência que Petra faz à personagem Ofélia, da obra Hamlet, de William Shakespeare, e afirmou que, ao contrário da Gertrudes, outra figura da peça do autor inglês, a diretora enfrenta e expõe as verdades dos fatos.

Furtado também lançou uma provocação.“Fico imaginando qual será o teu próximo filme”, brincou o cineasta, para ressaltar que, diante da qualidade e da beleza de ELENA, a diretora Petra Costa terá um grande desafio para o seu próximo trabalho.

Petra matou a curiosidade de Furtado e adiantou que seu próximo trabalho será uma codireção de um filme da cineasta dinamarquesa Lea Glob. Com o título provisório de “Criando Mrs Dalloway”(inspirado na obra da escritora britânica Virginia Woolf), o longa tem um tema similar ao de Elena.

O outro convidado do debate, o escritor Eduardo Bueno, disse que, para ele, com ELENA, Petra inventou um novo tipo de documentário: o documentário da alma.  “É documental, verídico, autêntico, mas você filmou a alma”, afirmou Bueno, ao relembrar cenas do filme, como a que torna Elena, Petra e Lian no mesmo personagem, tal qual um jogo de espelhos.

Em suas reflexões sobre o filme, durante o debate, Petra disse que ELENA tem um lado engajado de falar da perda, dos sofrimentos invisíveis das pessoas e do suicídio. “São questões tabu. É só falando sobre elas que a gente pensa e se previne”, disse a diretora. Petra também falou sobre a opção narrativa do filme. “Eu queria fazer uma carta para a Elena”.

Abaixo, você pode assistir ao vídeo completo do debate.



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