“O que é lindo é que essa tristeza foi sintetizada cheia de luz, com muita poesia e sensibilidade” – Isabela Lennon – blog Nowhere Girl.
Desde a terça-feira, 13 e agosto, o site de notícias iG publica uma série de reportagens sobre a participação feminina na indústria cinematográfica nacional e internacional. A jornalista Luísa Pécora traçou um panorama da mulher no cenário do cinema e falou com algumas cineastas e outras profissionais envolvidas neste meio.
PARTE 1: Por trás das câmeras, mulheres lutam por oportunidades iguais em Hollywood (13/8/2013)
As mulheres representam apenas 18% de todos os diretores, produtores, roteiristas, diretores de fotografia e editores que trabalharam nos 250 filmes de maior bilheteria dos Estados Unidos em 2012.
Destes longas, 38% empregaram nenhuma ou apenas uma mulher em alguma dessas funções, de acordo com estudo de Martha Lauzen, pesquisadora da Universidade Estadual de San Diego.
As áreas em que menos encontram-se mulheres são direção e fotografia, com profissionais femininas ocupando tais cargos em apenas 9% e 2% dos filmes, respectivamente.
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Parte 2: Retomada amplia espaço, mas mulheres ainda são minoria no cinema brasileiro (14/8/2013)
Se entre 1981 e 1990 as mulheres dirigiram apenas 3,27% de todos os longa-metragens produzidos no Brasil, na década seguinte o percentual passou para 11,35% e continou subindo, chegando a 15,37% dos lançamentos de 2001 a 2010.
Coletados pela pesquisadora carioca Paula Alves (a Agência Nacional de Cinema – Ancine – não faz nenhum levantamento sobre o tema), os dados revelam um crescimento incontestável da presença feminina por trás das câmeras, mas também mostram que a proporção de homens e mulheres no mercado continua amplamente desigual.
Proporção de profissionais femininas nos filmes de longa-metragem lançados no Brasil entre 1961 e 2010
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Parte 3: Com poucos e piores papéis femininos, Hollywood “esquece” mulheres da plateia
E embora a percepção geral seja a de que homens jovens são a principal fonte de lucro de Hollywood, dados da Motion Pictures Association of America apontam o contrário: em 2012 as mulheres compraram 50% dos ingressos vendidos e representaram 52% das pessoas que foram ao cinema ao menos uma vez nos EUA e no Canadá – uma tendência que vem sendo registrada desde 2009.
“A lógica dos estúdios é: se elas estão comprando ingressos, por que devemos oferecer-lhes outros filmes? Eles querem fazer dinheiro e estão fazendo. O ônus é todo nosso”, afirmou ao iG Melissa Silverstein, criadora do site Women and Hollywood. Para ela, criou-se a percepção de que apenas as histórias masculinas são universais. “A ideia é: mulheres vão ver filmes sobre homens, mas homens não vão ver filmes sobre mulheres.”