Juliana Soares, no blog OitavaArte – 23/5/2013
Até onde você iria por um sonho?
Se me perguntassem, eu não saberia responder.
Não porque desisto facilmente dos meus sonhos ou porque eles não sejam tão grandes assim. É só por não saber mesmo, sabe?
O meu limite talvez seja o outro. It means, eu vou até onde não coloque a vida de outras pessoas em xeque ou até onde eu não tenha que mudar a vida de ninguém por isso.
Não me faz bem a sensação dos outros abrirem mãos dos seus sonhos pelos meus, não faz e só. Sempre fui assim – desde criança.
E quando me deparo com essas coisas, choco.
Mesmo.
Elena é uma dessas corajosas que topa tudo e qualquer coisa por um sonho. Sem medir distâncias e o mais interessante é: ela encanta e aviva esses sonhos nos outros.
Viver de arte é um dos sonhos mais bonitos e audaciosos que já vi. Num país como o nosso, diria até que aos olhos de muitos é um disparate.
A falta de oportunidades tentadoras leva Elena à Nova Iorque, e em busca de realizações, a protagonista deixa para trás seus pais, seu país e a irmã, Petra, de sete anos.
Uma escolha? Talvez. A de abrir mão da própria vida pela arte.
Petra Costa (re)cria sua irmã através de recortes de memória, gravações antigas e depoimentos. Ela vai em busca de uma Elena que não se encontrou. A Elena que deixou seus sonhos perdidos por aí.
Elena é um daqueles filmes da vida real que nos batem à porta quando achamos que tudo está meio morno, mas preparem-se: a vida pode sempre ficar mais fria.
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