ELENA: história pessoal com toque dramatúrgico

Por: blog Baú de filmes – 7/8/2013

Acho que é inconsciente, mas acabo acompanhando muito pouco os documentários lançados por aqui (o que já é um número reduzido frente à produção), independente da nacionalidade; pensando um pouco, nos últimos anos, assisti somente alguns títulos que chegaram ao Oscar e os docs de Michael Moore (Tiros em Columbine e Fahrenheit 11 de Setembro). Talvez acabe associando, inconscientemente, ao gênero sua exibição em canais da tevê à cabo, sempre parecidos (animais, localidades, aventuras,…) e exibidos no modo ad eternum.

No entanto, mesmo não havendo repercussão internacional (através de premiações) foi no Facebook que me chamou a atenção a repercussão de Elena, que teve foi lançado no circuito exibidor em maio passado (atualmente, enquanto escrevo, está presente em 4 salas), claro que bastante restrito como ocorre com todo o gênero. Assim, ao acompanhar o trailer de Elena, me chamou a atenção a coragem da jovem cineasta em abordar a trajetória de sua irmã (Elena), atriz/bailarina, sob a perspectiva intimista da própria Elena, através de registros de imagens e escritos, da sua mãe e da própria cineasta/narradora.

A narração de Petra é um charme à parte, doce e suave, procurando ilustrar sentimentos e situações nessa jornada de perda, mas que não deixa de ser de reparação/reconstrução da imagem de Elena. O roteiro é todo pensado e narrado de forma quase poética, mesmo tratando de temas mais pesados como morte e depressão, porém é tocante e, principalmente, cativante. Petra tem a capacidade de tornar a história pessoal de sua família (focada em Elena) numa trama/relato na qual nos importamos com as pessoas/personagens (sua mãe é de uma presença ímpar) como fosse um algo dramatúrgico.

ELENA: 7,5

Direção: Petra Costa

Roteiro: Carolina Ziskind, Petra Costa

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