Como falar da dor de perder uma pessoa querida? E como enfrentar a realidade das circunstâncias que levaram a esse desfecho? A atriz e cineasta Petra Costa se aventurou nesse desafio e simplesmente produziu um dos mais marcantes documentários brasileiros. Como disse o cineasta Walter Salles: “ELENA é uma das experiências mais agudas e dilacerantes que já vivi no cinema. De uma beleza incomum, o filme fica entranhado em nós por um longo tempo”.
Entranhado em mim desde que vi o filme ano passado, segui com essa lembrança pelo tempo, até que novamente assisti ao longa, que me despertou novas questões, ideias, reflexões. Acima de tudo, considero a iniciativa de fazer esse documentário um ato de fé: fé na vida, na arte, e de que, como já disse o documentarista João Moreira Salles, “é preciso continuar vivendo”.
Por meio de imagens poéticas, narrativa íntima, trilha sonora tocante, Petra Costa narra a tentativa de encontrar sua irmã, para enfim conseguir deixá-la partir. Um labirinto de memórias é construído, e cada peça desse quebra-cabeça é fundamental para tentar entender a trajetória da jovem Elena, da jovem Petra, e de tantos nós com histórias familiares que tangenciam em diferentes pontos a trama deste filme.
Poeticamente, Petra desperta em nós a sua história, e evoca a nossa história, o que pode acontecer a qualquer um de nós – “morrer e tentar renascer todos os dias”.
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