Elena – Um drama familiar cercado pela arte

por: Talita Cruz – blog Avesso e Reverso – 30/5/2013

“Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar e deixa Petra, a irmã de 7 anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: filmes caseiros, recortes de jornal, diários e cartas. A todo momento Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos e acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem, já não se sabe quem é uma, quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá-la partir.” (Fonte: https://elenafilme.com)

Antes de qualquer coisa, preciso registrar que esse texto não é uma crítica ao filme “Elena”. Já li tantas críticas fantásticas, de pessoas que realmente entendem de cinema, que não vou me arriscar a analisar o filme. Para quiser ler uma crítica de verdade, indico esse texto da super jornalista e escritora Eliane Brum, publicado no site da revista Época (clique aqui).

Quem acompanha notícias sobre cinema já deve ter percebido que “Elena” é um sucesso, quase uma unanimidade entre aqueles que já tiveram a oportunidade de ver o filme. E eu também faço parte desse coro.

O documentário realmente é fantástico, e duas coisas me chamaram a atenção: a edição (mesclando vídeos de diversos períodos da vida de Elena, Petra e da mãe delas), e a sensibilidade com que Petra conta essa história, um verdadeiro drama de sua vida.

Nas redes sociais, com o intuito de divulgar o filme, foi criada uma espécie de campanha intitulada “Quem é Elena?”. Inclusive, foi lançado um vídeo com alguns atores da Globo contando alguns episódios da vida dela e questionando quem foi essa mulher.

E é aí que começa a minha parte polêmica desse texto.

Bom, essa pergunta “Quem é fulano” é difícil de ser respondida, porque ninguém sabe quem é ninguém de verdade. Mas a impressão que eu tenho é que “Endeusaram” Elena. Não vou contar o que acontece com ela para não soltar um belo spoiler, mas, na minha opinião, as grandes estrelas dessa história são Petra e sua mãe.

Repito, o documentário é fantástico, mas a história de Elena não é muito diferente da história de milhares de mulheres e homens do mundo todo, atormentados pela depressão. Mas o que dá toda a diferença, beleza, sensibilidade e, para alguns, a justificativa para a atitude de Elena é a arte.

“Tudo em nome da arte”. Será?

E já que existe uma pergunta, deixo a minha resposta: Elena foi uma mulher intensa, mas que não teve a força da sua mãe, irmã e de todas as pessoas que sofrem na vida, mas que lutam todos os dias para seguir em frente.

Antes de encerrar, não posso deixar de comentar uma das grandes surpresas do filme para mim. Faz parte da trilha sonora do documentário a música “Dedicated To The One I Love”, do quarteto americano “The Mamas e the Papas”, que eu simplesmente adoro desde criança, e que pouca gente conhece.

Então, deixo com vocês essa bela canção.

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